Bolsas de estudo: um meio para começar Por meio de convênios entre o CP e entidades, jovens sem condições financeiras ganham bolsas de estudo e podem se preparar para os vestibulares

Felipe Valez Santos Felipe Valez Santos: “Sempre me interessei em fazer curso pré-vestibular, mas não tinha condições de pagar. Essa bolsa caiu do céu!”

Ao ser criado em 1987 pelos próprios alunos de engenharia da Escola Politécnica da USP, o Cursinho da Poli tinha como objetivo a inclusão universitária dos estudantes das escolas públicas. E o desafio é grande. Hoje, ainda que os cursos do CP tenham preços populares, muitos jovens carecem de condições financeiras para pagá-los. Portanto, além de baixos preços, é preciso encontrar outras soluções para manter esses jovens na sala de aula.

Ao longo de 21 anos, mais de 100 mil estudantes passaram pelos corredores do Cursinho da Poli. Desse total, aproximadamente 26 mil foram contemplados com descontos e bolsas integrais e parciais. Após uma avaliação socioeconômica realizada pelo departamento de Serviço Social do CP, alunos com vulnerabilidade econômica e social recebem algum tipo de benefício para que possam continuar seus estudos. Além disso, escolas, ONGs e instituições que também buscam a inclusão de pessoas na sociedade ativa recebem vagas, por meio de convênios, para que mais jovens possam se preparar para os vestibulares.

Parceira do Cursinho da Poli desde 2002, a Fundação de Amparo ao Preso (Funap) é um órgão responsável por programas educacionais e de formação profissional em unidades prisionais do Sistema Penitenciário Paulista. Joyce Kassim, assessora de imprensa da Funap, conta que as bolsas fornecidas aos internos ajudaram não apenas na preparação para os vestibulares, mas também na formação para a cidadania: “Essa parceria incentiva de forma concreta os alunos que estão interessados em prosseguir com os estudos a desbravar novos horizontes e a aumentar as possibilidades de ingressar no mercado de trabalho. Oportunidades como essa são essenciais para a reintegração da pessoa privada de liberdade”. Além da Funap, a Fundação Casa – antiga Febem – também é conveniada ao CP e encaminha jovens internos que tenham interesse em ingressar numa universidade.

Há outros exemplos. Com o intuito de desenvolver o hábito da leitura, a Amigos Solidários é uma organização localizada na cidade de Ferraz de Vasconcelos que realiza ações como festivais e fóruns, e administra uma biblioteca com cinco mil livros. Por intermédio dessa entidade, o jovem Felipe Valez Santos, de 17 anos, concluinte do terceiro ano do Ensino Médio, foi contemplado com uma bolsa no Cursinho. “Alguns colegas de sala já fazem curso pré-vestibular, e eu sempre me interessei em fazer, mas não tinha condições de pagar. Essa bolsa caiu do céu! Eu aproveito bastante.”

Pankararu
Descendentes de grupos indígenas moradores da periferia de São Paulo também são atendidos com bolsas integrais por meio de um convênio entre o Cursinho da Poli e a Associação S.O.S. Comunidade Indígena Pankararu. Aluno da unidade Santo Amaro, o jovem Luis Felipe de Jesus Souza, de 18 anos, é um dos contemplados com a bolsa, e vai prestar vestibular para administração de empresas na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC). Luis está seguindo os passos da irmã, Carolina de Jesus Souza, que foi aluna do Cursinho nos anos de 2005 e 2006. Hoje no 2o ano do curso de ADM da PUC, Carolina conta de que forma a bolsa melhorou sua condição social: “Foi de fundamental importância, porque só tive oportunidade de entrar numa universidade por causa da bolsa e, com o aprendizado, passei no vestibular. Graças à faculdade, hoje estou num bom emprego”, agradece.

Se Carolina já conseguiu sua vaga no Ensino Superior, Roseane Ribeiro Arevalo ainda busca sua chance. Contemplada com uma bolsa por meio da parceria do Cursinho com a Incubadora Tecnológica da USP – um programa de extensão universitária que desenvolve a Economia Solidária –, Roseane veio de Manaus para batalhar por sua entrada numa universidade pública. Por achar muito concorridas as vagas para a Universidade Federal do Amazonas e muito caras as mensalidades das universidades particulares, Roseane veio buscar seu futuro em São Paulo. Porém, desempregada, não teria condições de pagar por um cursinho preparatório. “A bolsa foi uma ótima oportunidade”, explica a futura estudante de pedagogia, já que vai prestar os vestibulares da Fuvest e da Unicamp.

São diversos os exemplos. Para conhecer as entidades e instituições que possuem convênio com o Cursinho da Poli, visite a seção Fique de Olho desta edição.

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Cursinho da Poli 20 Anos

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Redação: Leonardo Vinícius Jorge - Design: Brasil Multimídia
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